Oficina de Artes

SCAJHO - Oficina de Artes

Alfredo Rudolfo Sigwalt, renomado Maestro e Compositor, desde 1952 à frente da entidade “Sociedade de Cultura Artística de Joaçaba e Herval d’Oeste”, elevou o nome de Joaçaba e região. Homem persistente, sempre acreditou que um dia o Teatro ficaria pronto, e nele teríamos oficinas culturais e um palco digno para os artistas se apresentarem. Pessoas muito especiais da nossa Comunidade continuaram esse trabalho, e hoje a cultura regional tem casa própria, “TEATRO ALFREDO SIGWALT” inaugurado em 30 de agosto de 2003, numa justa homenagem para perpetuar a obra do Maestro Sigwalt, homem que teve papel decisivo no desenvolvimento artístico de Joaçaba e região.

Nascido em Castro (PR) no dia 5 de setembro de 1915, Sigwalt era formado em música com Doutorado em Instrumentos, Orquestra e Teoria pelo Conservatório Dramático Musical de São Paulo; em Estudos avançados de Harmonia, Regência e Cena Lírica pela Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro; em Ciências Sociais, Pedagogia e Sociologia, pela Universidade do Paraná; Filosofia Geral, Metafísica, Artes e Ciências pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Dominava os idiomas: francês, inglês, alemão, holandês, italiano e espanhol.

A vinda do maestro foi o fator que culminou para a organização de um movimento artístico, dois irmãos do nosso saudoso maestro também atuaram na Orquestra: Reinaldo no violino e Herbert no clarinete. Alfredo Sigwalt, além de reger, era Coordenador e Diretor. Ele e sua esposa, dona Lila, tiveram dois filhos, Marta e Ronaldo, que também participavam do Coral e da Orquestra.

Joaçaba, nessa época, gozava de uma representatividade política forte na Assembléia Legislativa do Estado e com o apoio de industriais e lideranças joaçabenses, o movimento cultural obteve incentivos materiais e liberação de verbas. Inclusive industriais, acreditando no potencial artístico da região contribuíram financeiramente por um determinado período, para que sob o comando do Maestro Sigwalt, fosse dado início às atividades musicais. A vinda do maestro foi o fator que culminou para a organização de um movimento artístico que elevaria o nome de Joaçaba e região. E ainda em fins de 1952 a orquestra já se apresentava com sucesso. Participaram músicos de toda a região, e os jornais noticiavam o bom desempenho da orquestra, fato que envaidecia o grupo.

Paralelo ao êxito da orquestra, o Círculo de Cantores Harmonia, criado oficialmente em 1959, também despertava admiradores, e por diversas vezes, orquestra e cantores eram convidados a apresentar-se nos mesmos locais, o que despertou a intenção de unir os dois grupos, formando uma única sociedade. Para denominar o grupo, com a fusão da orquestra e coral, achou-se por bem, no início, fazer uso do estatuto da Banda, que há muito tempo estava inativa. E o grupo artístico adotou o seguinte lema: “Uma Cidade vale pela Cultura de seu Povo”, 2 por realmente acreditar que o nível cultural da população seria o parâmetro do desenvolvimento econômico e social.

Em 1963 foi reformulado o estatuto daquela banda criada em 1942 para adaptarse às necessidades do momento, e alterado o nome para “SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DE JOAÇABA E HERVAL D’OESTE – SCAJHO” Tendo à frente o renomado Maestro e Compositor Alfredo Rudolfo Sigwalt, e após reorganizadas as estruturas, a SCAJHO novamente abrilhantou a região, promovendo belíssimas apresentações, pois possuía uma boa orquestra, excelentes solistas e um experiente e harmonioso coral.

Alfredo Sigwalt um homem persistente que sempre acreditou que, um dia, o Teatro da Scajho ficaria pronto, e certamente hoje o nosso Maestro está feliz porque viu pessoas muito especiais da nossa Comunidade se envolverem para dar sequência a esse trabalho”.

Durante 44 anos, a sociedade joaçabense conviveu com o maior e mais importante incentivador dos movimentos culturais da região, o homem que foi o pai da SCAJHO: “Comandou o destino artístico da sociedade por mais de 40 anos, razão da existência do teatro da SCAJHO. Sem ele, culturalmente pouco existiria em Joaçaba e região.”

Tudo que aqui ele deixou não passou e vai sempre existir, por isso lembramos as palavras do saudoso Maestro Alfredo Sigwalt, fundador da SCAJHO: “Em todas as artes encontrarás Deus, já afirmavam antigos povos de civilização adiantada. É fácil constatar esta afirmação: basta olharmos aqueles – jovens, ou idosos – que dedicam parcela de seu tempo a alguma atividade artística, para verificarmos o quanto se sentem seguros, como estão em paz consigo mesmos, com a moral alta e felizes.” Estes, concluía o Maestro, “jamais formarão na extensa fila dos infelizes que vão às clínicas psiquiátricas em busca de cura através de musicoterapia.”

A SCAJHO se resumiu, nos últimos anos, na luta para a conclusão da obra do teatro, na tentativa de dar condições de uso à Casa da Cultura, que era requisitado por entidades para eventos, pois, mesmo em condições precárias, o Teatro vinha sendo utilizado para manifestações artístico-culturais da cidade, porém o seu uso era limitado devido aos perigos que uma obra inacabada oferece. A construção inconclusa, que chegou a ser intitulada de “elefante branco”, era alvo de vândalos que, inclusive, incendiaram um piano, patrimônio que pertenceu ao Maestro Sigwalt.

A SCAJHO, após 25 anos, viu o seu projeto finalizado no dia 30 de agosto de 2003, quando a obra foi entregue aos Joaçabenses e prestada uma justa homenagem à nossa Cultura e ao inesquecível Maestro Alfredo Rudolfo Sigwalt.

Desde sua inauguração, através de parcerias, a SCAJHO, entidade mantenedora do Teatro Alfredo Sigwalt, vem mantendo acesa a chama da Cultura, promovendo e incentivando a Arte em suas várias áreas e proporcionando belos espetáculos à Comunidade local e Regional. Através de parcerias o Teatro, hoje, oferece, gratuitamente, oficinas de arte para centenas de alunos, tornando realidade o sonho do nosso saudoso Maestro Sigwalt, de ver o Teatro movimentado por crianças, jovens e adultos, ocupados com o aprendizado das artes, em suas diferentes modalidades.

A SCAJHO, logo após a inauguração do seu Teatro, iniciou sua atividade voltada ao ensino das artes. Pessoas abnegadas dedicaram-se, voluntariamente, ao ensino da Dança e do Canto e com isso houve o surgimento das Oficinas de Arte, que a cada ano, tinha uma maior procura.

A Entidade estimula a descoberta de novos talentos e cultiva os já existentes, e graças ao apoio dos dois municípios e Empresas parceiras oferece, gratuitamente, diversas oficinas de atividades culturais e artísticas para mais de 500 (quinhentos) alunos ao ano, muitos deles oriundos de famílias que não teriam condições financeiras de arcar com os custos de um ensino desse nível, oportunizando o acesso à cultura e ajudando a aperfeiçoar os costumes e talentos trazidos do contexto familiar, enquanto ocupa o tempo livre desses jovens, contribuindo para a formação de cidadãos úteis ao afastá-los de más companhias e do envolvimento com a marginalidade, com a ociosidade, com as drogas, cumprindo assim aspecto social dos mais relevantes. É uma enorme responsabilidade, cuja continuidade nos preocupa, afinal, governos passam, mas a cultura precisa continuar.

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